O QUE VALE É O QUE VOCÊ É!

Resolvi fazer um post sobre um assunto que tem me deixado um pouco irritado, afinal nos últimos meses já que me chamaram de ateu, de não ser um católico atuante, de receber inúmero posts e e-mail de proclamando a sua fé e que por eu ser e pensar diferente eu iria para o inferno.

Queria dizer que respeito à todos, que cada um trata sua crença da forma que mais lhe conforta o coração, já fui católico atuante, hoje não mais, já tive muitas desilusões com algumas posturas da igreja católica e hoje não me considero católico, evangélico, crente, ateu ou espírita e explico:

O Deus que acredito é amor, logo, ele não olha a cor, a raça e a opção sexual de quem gosta dele, portanto não aceito religiões que dizem que a conduta sexual de A ou B é errada, se fosse assim Deus o criador de tudo não daria as pessoas o livre arbítrio.

O Deus que acredito não cobra pedágio, ou seja, não preciso dar dinheiro para a igreja dele para ele mostrar sua infinita bondade e me presentar ou me retribuir com o conforto do coração, as ações assistencialistas eu faço com as entidades ou pessoas que eu julgo serem mais adequadas para as minhas condutas.

O Deus que acredito não me causa temor, temor eu tenho de quem me faz mal, se eu tiver temor a Deus é porque eu não estou agindo de forma correta como ser humano e aí não é preciso ter temor apenas de Deus, mas sim da lei dos homens, da justiça e da relação com as pessoas.

O Deus que eu acredito me perdoa sempre, nunca ouvi falar de alguém que se arrependeu sinceramente de algum mal que tenha feito e Deus tenha dito, OLHA, ESSA NÃO DÁ PRA PERDOAR, de maneira que se eu errar e me arrepender e Deus em sua infinita bondade aceitar meu arrependimento, não preciso confessar meus pecados ao padre, minha fé não precisa de intermediários. Aliás nem vou gastar meu tempo para falar da conduta dúbia de muitos padres que pregam uma coisa e falam outra, pois não vale a pena.

Uma pessoa que faz voto de castidade e pobreza e não cumpre, não tem muito o que cobrar dos fiéis né?

O Deus que acredito não ia aceitar um representante dele em rede nacional enganar tantas pessoas e dizer que ressuscita pessoas, cura câncer e AIDS apenas pelo poder da fé, fazendo com isso que muitas pessoas deixem de tomar remédios e procurarem os atendimentos médicos causando problemas maiores as suas já sofridas vidas.

O Deus que eu acredito não aceita pessoas fazendo trabalhos para desassossegar a alma de uma pessoa, também não compactuaria com ações que visam prejudicar a integridade de outra pessoa.

O Deus que eu acredito não ia colocar no comando máximo da igreja católica uma pessoa que prega fortemente contra o aborto e o homossexualismo, mesmo essa pessoa tendo total consciência de que nos conventos e seminários a situação é bem diferente do que ele prega para a maior parte da população.

O Deus que eu acredito chama-se respeito ao próximo, ele me pede que eu ame ao meu próximo como amo a mim mesmo, ele me ensina que meu direito termina onde começa o do meu semelhante, ele me mostra que fez tantas pessoas tão diferentes na aparência e no modo de ser ou de agir para que aprendamos a lidar com a diversidade existente na humanidade.

O Deus que eu acredito não me obriga a nada, ele me dá o direito de escolher como quero viver a vida, respeitando ao máximo esse direito em mim e nos outros.

Bem, isso é o que eu penso. Qual minha religião? Não sei, não preciso de rótulos para acreditar que uma força superior me guia e auxilia minha vida e que sou responsável pelas minhas escolhas e decisões.